quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Igualdade de Género em Portugal!!!

A verificação das diferenças individuais é, talvez, tão antiga como a própria humanidade e esteve no alicerce da constituição da existência social. Entre elas ressaem as dissemelhanças entre homens e mulheres, instante de partida para a divisão do trabalho e explicação para a socialização diferencial do homem e da mulher O género está associado, dependendo dos povos e até das regiões do mundo, a noções socialmente construídas de masculinidade e feminilidade.
As pressões oriundas dos diversos agentes socializadores como os pais, os colegas, os meios de comunicação social e outros indivíduos significativos são um apoio para a aprendizagem dos papéis de género.
O processo de socialização tem início ao nascermos, cuja forma de nos vestirmos, jogos e brincadeiras, e todos os mecanismos linguísticos dispostos a diferenciar meninos de meninas, como nome próprio, substantivos, adjectivos, artigos, pronomes entre outro, remeter-se-ão ao género a que pertencemos. O indivíduo agrega em si mesmo determinados papéis de género, isto é, a medida em que determinado indivíduo se mostra em consonância com os papéis de género que lhe são socialmente prescritos, em virtude de ter nascido homem ou mulher, é o que se designa por «tipificação de género»
O género é um factor crítico na estruturação dos tipos de oportunidade e das hipóteses de vida que os indivíduos e os grupos enfrentam, influenciando fortemente os papéis que desempenham nas instituições sociais, das famílias ao Estado
Portugal não foge a esta realidade! País de brandos costumes, também no mapa político e económico português as mulheres, têm um papel puramente marginal. No actual Governo socialista, em 53 cargos de responsabilidade (ministérios, secretarias de estado e direcções-gerais), há apenas 6 mulheres, segundo os dados do Serviço Eleitoral para o Projecto Cidadania e Participativa. Recordo que foi o executivo de José Sócrates que aprovou a lei da Paridade e estabeleceu que nas listas de candidatos às legislativas, europeias e autárquicas, todos os partidos, devem ter no mínimo 33 por cento de mulheres, algo que aliás não é cumprindo.
Pormenores:
A exclusão das mulheres da liderança de empresas é um problema em toda a Europa…só ocupam 32 por cento dos cargos dirigentes embora haja mais mulheres licenciadas do que homens, elas estão em minoria entre os docentes do Ensino Superior (42 por cento em Portugal).

O caminho é árduo …mas Portugal é cheio de paradoxos e não se pode esquecer que uma portuguesa foi uma das primeiras mulheres a votar, na Europa.

Bruno Pina,
Vice-Presidente da CPS/JSD Guarda

1 comentário:

Polvo disse...

Tocaste neste texto num ponto absolutamente fundamental e que deve merecer a nossa maior atenção.

A participação feminina tem vindo a ser reforçada ao longo do tempo. Politicamente, por exemplo, e tal como apontas ela é ainda muito escassa.

Mas há diversas questões para além dessa que devem merecer uma atenta reflexão: a violência doméstica, as questões ligadas à maternidade e emprego, as dificuldades de progressão na carreira são só mais algumas.

É uma discussão interessante e actual que nunca peca por ser colocada na agenda política.

Os meus cumprimentos