domingo, 31 de janeiro de 2010

E a Praça Velha?!

Até que enfim que alguém, e neste caso o próprio Governador Civil da Guarda, fez sentar à volta da mesa as entidades interessadas (ou nem por isso) em impedir que a confusão se instale na cidade e seus acessos sempre que caem dois floquinhos de neve! Há quanto tempo se pede um sistema eficaz de limpeza, além de uma concertação efectiva entre os diferentes interlocutores? Como se justifica o caos vivido ultimamente e as acusações mútuas? Ao cidadão comum que tem de chegar ao seu local de trabalho ou tratar da sua vida (nem todos são dispensados, pelo fecho imediato dos principais serviços públicos!) interessa pouco quem tem razão ou não! A verdade é que a razão de queixa assiste, apenas e só, aos munícipes. Todos somos lesados, de uma forma ou outra. Queremos respostas e, finalmente, surge a tal luzinha ao fundo do túnel! Chegaram a um acordo, no próximo ano teremos talvez um sistema actuante, poderemos até…usar a neve como chamariz turístico! Porque a Guarda é uma cidade alta, fria, farta, formosa, quando a Rainha do Frio a visita e cobre de branca poesia!

Evidentemente, temos outras maravilhas para desdobrar diante dos potenciais turistas: algumas das Maravilhas Naturais de Portugal estão situadas no distrito! Porém, por pura ironia, um parque temático – Lusitani Park - dedicado à História da Lusitânia e do mítico Viriato, vai nascer… em Caria! Lembram-se das piadas parvas de alguns meios de comunicação, e não só, quando, nas propostas da candidatura apoiada pelo PSD se expôs um projecto afim? Aí está quem leve a sério algo viável, passível de criar riqueza local!

Por outro lado, apesar do empenho da edilidade, passada e presente, na intervenção na parte antiga da cidade, “algo está podre no reino da Dinamarca”! A Praça Velha é um péssimo postal ilustrado: as casas degradadas na dita e nas suas redondezas (basta pensar no edifício em ruínas, que foi residência do poeta Augusto Gil!); um Posto de Turismo fechadíssimo aos fins-de-semana; ausência de indicações de aldeias e pontos turísticos a visitar; a loja “Coisas de Cá” – que devia situar-se na sala de visitas – com um horário “nine to five”, que desperdiça a sua orte potencialidade; o mobiliário urbano (que é isso?) a que se perdeu o rasto; as devidas placas identificadoras dos monumentos mais emblemáticos são uma utopia; o estacionamento… Boa ideia, falemos do assunto.

Afinal, contrariamente ao suposto pela maioria dos guardenses, a Praça Velha é parque de estacionamento! Pelo menos nada nem ninguém impede que o seja. Uns dias atrás, passei por ali e contei doze veículos, incluindo um da Câmara Municipal, além da omnipresente carrinha celular. Traz os presos ao CAT, o que, em si, é meritório, numa primeira análise. Todavia, saem algemados, diante dos passantes, incluindo um ou outro turista de olhos arregalados, e considero, à parte de tudo o resto, um atentado aos direitos dos detidos expô-los desta forma à curiosidade pública. Decerto, haverá no Parque da Saúde um local mais apropriado para a recolocação do referido Centro!? Um assunto que deixo à consideração a quem de direito.

Olhando o desdobrável “Guia de Comércio e Serviços” em circulação, fico sem saber, e os demais também, quais os limites do Centro Histórico e questiono-me por que razão uns comércios têm direito a serem assinalados e outros, no mesmo perímetro, não têm.

Falta informar que temos tido rixas, facadas, roubos, vandalismo! Será que a nossa Guarda, sem transportes urbanos, sem um sistema de limpeza de neve próprio de uma cidade de montanha, sem estruturas de apoio turístico, tem destes indicadores cosmopolitas?! Triste sina …

Crónica de: M. Helena Ravasco

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